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sábado, 17 de dezembro de 2011

Literatura na escola

Literatura na escola




Levantamento desta Folha junto a dez escolas de 5ª a 8ª séries das redes pública e privada de São Paulo aponta para um quadro preocupante relativo à prática da leitura na vida escolar dos jovens entre 11 e 14 anos. A amostragem é restrita, mas significativa: nessa faixa etária, os adolescentes já estariam mais aptos a entrar em contato com textos literários e capazes de formular suas primeiras reflexões sobre a condição humana.
Constata-se, porém, que aumentam as dificuldades dos alunos para estudar literatura. Autores dos séculos passados vão se tornando incompreensíveis e mesmo a leitura dos contemporâneos já está longe de ser fácil para muitos jovens.
Ao menos cinco fatores contribuem para o desprestígio da literatura. Os problemas de infraestrutura nas escolas são frequentes. Os educadores remam contra a maré das bibliotecas mal-equipadas e da ausência de orientadores. O despreparo de professores é outro grande obstáculo. Os mais jovens já foram formulados num contexto de desvalorização das letras e das artes em geral.
Também em defesa do aluno, é preciso lembrar que ainda vigora entre muitos professores o preconceito de que boa literatura é somente a dos antigos. Cria-se assim um divórcio entre um repertório cultural que se deseja oferecer aos alunos e as necessidades específicas do universo adolescente. Ademais, existe hoje uma “concorrência desleal” entre livros e outros meios de comunicação e entretenimento mais dinâmicos e atraentes, sobretudo a TV, que ocupam boa parte de um tempo que poderia ser dedicado à leitura.
O grande desafio consiste, pois, em respeitar as demandas dos jovens, sem contudo a escola abrir mão de seu papel fundamental de oferecer outras e mais consistentes alternativas para o desenvolvimento do estudante. Ser complacente com todas as demandas externas à escola a levaria, no limite, a abdicar de seu papel formador, perspectiva obviamente indesejável. Dela não se espera que cruze os braços frente à inapetência intelectual dos alunos.

Folha de São Paulo.

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