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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A correta utilização da madeira


Como a correta utilização da madeira
colabora para diminuição do aquecimento global



O modo de vida atual não pode prescindir de usar o aço. Dele são feitas ferramentas de trabalho (martelo, torno mecânico, furadeira, parafusos); utensílios e aparelhos domésticos (talheres, geladeira, fogão); estruturas de casas, edifícios e pontes; veículos de transporte (carros, trens, navios); implementos agrícolas (arado, trator, colheitadeira) e uma infinidade de utilidades presentes no dia-a-dia das pessoas.
O ferro de que é feito o aço é encontrado na natureza em forma não estruturada. Para adquirir a rigidez o aço precisa sofrer um processo de redução, sendo usado como redutor o carvão, que tanto pode ser mineral (o coque), retirado de jazidas à semelhança do petróleo, como pode ser vegetal, produzido da madeira.
Na queima do carvão vegetal o CO2 emitido para a atmosfera é o mesmo que já foi fixado do ar pela árvore que lhe deu origem (na maioria das vezes o eucalipto ou a acácia), num ciclo benéfico onde a quantidade de gás carbônico emitido pela queima do carvão equivale ao que foi fixado pelas árvores plantadas. Já o gás carbônico liberado pela queima de carvão mineral não pode mais voltar ao produto original, permanecendo na atmosfera, contribuindo de forma enfática para o agravamento do efeito estufa. Assim, usar carvão vegetal em substituição ao carvão mineral contribui significativamente para reduzir o aquecimento global.
Outra forma de reduzir o efeito estufa seria estimular o uso de produtos da floresta. Madeira é constituída de carbono o qual, enquanto permanece na madeira deixa de estar no ar, poluindo a atmosfera. Substituir, por exemplo, uma janela de madeira por uma de alumínio ou de PVC contribui para aumentar a emissão de gases promotores do aquecimento global, já que a produção de alumínio requer o uso de altíssima quantidade de energia, normalmente gerada pela queima de combustíveis fósseis, com consequente emissão de CO2 para a atmosfera. E o PVC nada mais é do que o próprio petróleo, transformado. E para piorar, tanto o alumínio como o PVC, uma vez jogados na natureza levam centenas de anos para se decomporem, contribuindo para a poluição ambiental.
Recentemente o presidente Lula, em campanha pela reeleição, lançou a pedra fundamental para a construção de uma nova etapa da usina de Candiota, que irá queimar carvão mineral para gerar energia, emitindo para a atmosfera uma extraordinária quantidade de gases do efeito estufa. Resultado ambientalmente mais correto se obteria pela produção da mesma energia a partir de uma termoelétrica que queimasse resíduos florestais, sem contribuir para o aquecimento global.
Mas para usar madeira na geração de energia, na produção de aço ou na fabricação de utensílios é preciso plantar florestas, visto ser inconcebível cortar árvores nativas para tais finalidades. Os produtores de fumo, por exemplo, que precisam gerar calor para secar as folhas colhidas, se forem impedidos pelos ambientalistas de plantão de cultivar florestas (e, pasmem, chegamos ao absurdo de ver ambientalistas se posicionando contra o plantio de árvores), não lhes restará outra alternativa senão a de continuar cortando a mata nativa.
A consciência desses fatos deve incentivar a sociedade a cultivar florestas que, além de contribuírem para reduzir o aquecimento global poderão gerar riqueza, empregos e desenvolvimento, inclusive pela venda de créditos de carbono aos países poluidores.


Eduardo Allgayer Osorio
Engenheiro agrônomo, professor titular da UFPel, aposentado.

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