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domingo, 11 de dezembro de 2011

Eleições: responsabilidade e confusão de valores

Eleições: responsabilidade e confusão de valores


Muito se diz sobre a responsabilidade que o eleitor tem ao escolher seus candidatos. Sempre que surge um caso de corrupção na mídia, e eles têm sido muito frequentes, não tarda a aparecer aquele sujeito com ar de sabedoria tentando nos “acordar” para que escolhamos melhor na próxima eleição.
Tudo bem, errado não está. Devemos sim nos interessar e escolher com base em valores morais e ideias, e não com base em tijolos e cestas básicas, até porque se você não se interessa por política, tudo bem, opção sua, mas será governado(a) por aqueles que se interessam. Contudo, vejo um certo equívoco nessa postura de se responsabilizar somente os eleitores pela sujeira que rola nos corredores do poder, como se a culpa integral pela corrupção recaísse inteiramente sobre os eleitores.
“O político rouba e a culpa é do eleitor.” (De um leitor chamado Fabiano, em comentário no Dois gritando)
Primeiro, não temos a garantia de que aquele sujeito todo simpático que nos ouve e ri para nós contando de seus projetos para “melhorar” o mundo/país/Estado/município antes da eleição vai realmente ser um político íntegro durante seu mandato. O ditado confirma: “Quem vê cara, não vê coração”.
Segundo, essa postura meio que justifica a atitude antiética do corrupto. Como se ele pudesse dizer: “Viu, quem mandou votar em mim, agora vou roubar, da próxima vez escolhe melhor, tá?”
Roubar e mentir é errado, seja o candidato que for. Se ele rouba e mente, a responsabilidade é dele, e não do eleitor. Ele é o criminoso. Não gosto do termo culpa, mas se alguém tem culpa por o país ser este antro de corrupção, são os próprios políticos de integridade corrompida, não os eleitores. O exemplo tem de vir de cima. A responsabilidade dos políticos é muito maior do que os próprios imaginam. Mesmo o político que lá foi colocado eleito por uma ordem de eleitores contumazes na arte de se corromper, sim, ele é tão mais responsável por seus atos do que os próprios eleitores idiotas/egoístas/narcisistas que o colocaram lá no poder em troca dos favores pessoais.
Esta inversão de valores, ou melhor, confusão de valores, que nos é imputada é muito cruel. O brasileiro comum não pode ser responsabilizado pelos atos de toda essa corja. Pode sim, e deve, ser orientado a escolher melhor. Mas todo e qualquer político que, no poder, venha a ceder às tentações dos ganhos pessoais fáceis, é um bandido, criminoso, e tem toda a responsabilidade por seus atos… ou ao menos deveria ter!
Política é coisa séria. Não pode ser encarada como um jogo de tentativa e erro. Não temos esse tempo todo, nem essa bondade toda.

  
(De: Ronaud Pereira, com correções)

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