BOAS VINDAS

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terça-feira, 12 de junho de 2012

Mil vezes te adoro eu


Mil vezes te adoro eu


                                                      “— A flor dos meus sonhos é moça bonita
                                                                    Qual flor entr’aberta do dia a raiar,
                                                                    Mas onde ela mora, que casa ela habita,
                                                                    Não quero, não posso, não devo contar.!”
                                                          
                                                                       Casimiro de Abreu

Nesse momento sedutor paira a brisa,
a tristeza desce com seu manto enegrecido
sobre toda a natureza: é a agonia da solidão.
Como me sinto só nesse fim de tarde,
tarde cinzenta, fria e ameaçadora,
a olhar os passarinhos que, como a tarde,
em revoada me abandonaram também.     
agora a tarde vai, despede-se e,
a noite já desce silente, fria, negra!
só... estou a olhar as estrelas que já
despontam; a brisa cerra a folhagem...
Eu te amo assim, simplesmente
como voam os passarinhos, como
surgem as mais belas estrelas.
Amo-te espontaneamente como o vento!
Indiferente ao mundo;
confesso-te com amargura este amor
que nasceu num olhar e que
se acabará sem adeus...
Amo, amo como só se ama
uma vez na vida;
sabendo ser impossível tão doce idílio.
Neste instante estou com o pensamento
voltado para ti, para o teu rosto amigo,
teus olhos castanhos,
teus negros cabelos...!?
Acordado, sonho com tua imagem linda,
bem perto, falando coisas lindas de amor;
de um amor puro que só tu possuis.
Quero que tu vivas, vivas, vivas!...
Vive feliz e sorri!... pula, corre, grita
para o mundo escutar o som de
tua melodiosa voz.
Contemplando estarei eu; e ouvindo o
teu estridente brado de juventude,
de flor que desabrocha.
Ah!... quando a face te contemplo,
E me queimo na luz do teu olhar,
tenho medo de ti... sim, tenho medo;
pressinto as garras da loucura
e me projeto aos fundamentos
do ateísmo, do ceticismo, do caos,
para não crer no que vejo,
ó minha infantil princesinha!
Oh... Eu te amo como amo o
alvor do arrebol; e a noite
por alto mar, sem luz, sem claridade.
Não percebes quantas flores vivas e belas
a chuva fina umedeceu?!
Pois olha, linda flor de minh’alma,
mais vezes, muito mais vezes,
“mil vezes te adoro eu”!



Belém, 10.04.88


“O coração conhece razões que a própria razão desconhece.”
(Shakespeare)

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