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domingo, 11 de setembro de 2011

Carta de um viciado em fase terminal

CARTA DE UM VICIADO EM FASE TERMINAL, NO LEITO DE MORTE, AO SEU PAI


Esta é uma carta de adeus de um jovem de 19 anos, no seu leito de morte. O caso é verídico e aconteceu num hospital de Belém.

“Acho que neste mundo ninguém procurou descrever seu próprio cemitério. Não sei como o senhor, meu pai, vai receber este relato, mas preciso de todas as forças enquanto é tempo.
Sinto muito, meu pai. Acho que este diálogo é o último que tenho com o senhor. Sinto muito, muito, muito mesmo...
Sabe, pai, está em tempo de o senhor saber a verdade de que nunca desconfiou. Vou ser breve, claro e bastante objetivo.
O tóxico me matou. Travei conhecimento com o meu assassino aos 15 anos de idade. É horrível, não meu pai? Sabe como conheci esta desgraça?
Por meio de um cidadão elegantemente vestido, bem falante, educado, fino, envolvente, que me apresentou o meu futuro assassino: A DROGA.
Eu tentei recusar, tentei mesmo, mas o cidadão mexeu com os meus brios, dizendo que eu não era homem.
Não é preciso dizer mais nada, não é meu pai? Ingressei no mundo das drogas. Primeiro foi a maconha, depois a cocaína. No princípio eu cheirava, depois, passei a injetar.
No começo, o devaneio, a lassidão, a euforia e me sentia mais gente, melhor e mais forte que as outras pessoas.
O tóxico era meu companheiro inseparável; às vezes eu chorava e às vezes sorria, sem saber do que chorava ou do que sorria.
Sabe, pai, a gente quando começa, acha tudo ridículo e muito engraçado, somos donos da verdade.
Até DEUS mesmo eu achava cômico. Hoje, no leito de um hospital, reconheço que DEUS é mais importante que tudo no mundo e que sem a ajuda deste DEUS eu não estaria escrevendo esta carta.
Pai, o senhor pode não acreditar, mas a vida de um drogado é horrível! A gente se sente dilacerado por dentro... É horrível e todo o jovem deve saber disso para não entrar nessa. Já não posso dar nem três passos sem me cansar. Os médicos dizem que vou ficar curado, mas quando saem do quarto, balançam a cabeça dizendo que não.
Pai, eu só tenho 19 anos. E sei que não tenho mais chance de viver. É muito tarde para mim.
Mas ao senhor meu pai, tenho um último pedido a fazer: mostre esta carta a todos os jovens que o senhor conhece.
Diga-lhes que em cada porta de escola, no meio de nossos colegas, em cada cursinho de faculdade, bar, esquina, festinhas, em qualquer lugar, haverá um homem elegantemente vestido, bem falante, envolvente, que lhes mostrará o futuro assassino e destruidor de suas preciosas vidas e que os levará à loucura e à morte, como aconteceu comigo.
Por favor, meu pai, faça isso, antes que seja tarde demais para eles.
Perdoe-me, pai. Já sofri demais. Perdoe-me também por fazê-lo padecer com as perdas materiais e morais pelas minhas loucuras cometidas no caminho das drogas.
Adeus, meu pai.”

Algum tempo após escrever esta carta o jovem morreu.
                                                                                                                                                                 A.D.

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