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terça-feira, 19 de março de 2013

Efeito cascata



Efeito cascata




        O aquecimento global já é uma realidade da qual não se pode escapar. Se, de repente, por um passe de mágica, o mundo deixasse de jogar gás carbônico e outros gases do efeito estufa na atmosfera, ainda assim o clima ficaria mais quente. A prova está mais evidente no Polo Norte, mas também em outras regiões do planeta, assoladas por inundações, furacões, secas e outros fenômenos trágicos. Os efeitos se ampliam como se fossem cascata. A segunda parte do relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), divulgada também no ano passado, detalha isso.
      O derretimento do gelo polar, por exemplo, não é apenas uma curiosidade paisagística. Tanto no Ártico como na Antártica, o fenômeno provoca o aumento do nível do mar — uma das piores consequências do aquecimento global. Os oceanos já subiram 17 centímetros no último século, provocando mais erosão e ressacas em cidades litorâneas. Com meio metro de elevação, calculam cientistas brasileiros, 100 metros de praia seriam consumidos no nordeste brasileiro. Ilhas-nações do oceano Pacífico e países baixos como a Holanda ou regiões como o delta do Ganges, em Bangladesh, seriam inundados.
      Todo mundo se lembra do furacão Katrina, que arrasou Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005, e expôs o despreparo do país mais poderoso do planeta para enfrentar a fúria dos ventos e do oceano. Dias depois, a costa do Golfo do México se viu às voltas com outro furacão, chamado Rita, causador de prejuízos bilionários, especialmente na indústria petrolífera do litoral do Texas. No mesmo ano, uma das piores secas se abateu sobre a bacia amazônica. Imagens familiares de rios caudalosos foram substituídas por um deserto, semeado de peixes mortos e barcos abandonados.
      Os dois fenômenos tiveram a mesma origem: um aquecimento anormal das águas do Atlântico. Mais calor na superfície do oceano significou um aumento de vapor d’água na atmosfera — ou mais combustível para furacões. As águas aquecidas do Atlântico afetaram o regime dos ventos que sopram do Caribe para a América do Sul e normalmente trazem umidade para a Amazônia. O resultado foi a tragédia que se seguiu, debitada na conta das mudanças climáticas resultantes do aquecimento global.



(Guia do Estudante, p. 190, Ed. Abril, 2009)


   

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