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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Quando crescer, vou ser desempregado


Quando crescer, vou ser desempregado



Realizado neste mês num parque de diversões em São Paulo, um levantamento do Datafolha sobre os receios de crianças de 12 a 14 anos, a imensa maioria delas de classe média para cima, dá uma indicação do nível de "adultização" da infância.
Na lista de temores infantis, segundo a pesquisa, aparecem, entre os principais destaques, a violência urbana e o desemprego. Tirando os itens "assombração" e "terror das provas escolares", as crianças têm os mesmos medos - e quase em igual proporção - dos adultos.
A "adultização" da infância é, de um lado, uma consequência do bombardeio dos dados da mídia na era do tempo real e, de outro, um efeito da claustrofobia provocada pelo cerco do desemprego e da violência.
Havia um tempo em que se repetia a pergunta: "O que você vai ser quando crescer?" e quase todas as crianças demonstravam a certeza de que fariam alguma coisa. Não se diziam coisas do tipo "talvez eu seja um desempregado".
Na pesquisa do parque de diversões, 74% disseram ter medo de, no futuro, não conseguir trabalho. Para uma criança, imaginar-se sem ocupação depois de terminada a escola, temer pelo emprego dos pais e sentir-se cercada por delinquentes representa uma brutal taxa de ansiedade, que, muitas vezes, acaba no consultório psicológico.

PS - Para ter uma ideia do tamanho da ansiedade infantil: 91% das crianças daquela amostragem têm medo de serem sequestradas.


GILBERTO DIMENSTEIN


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