BOAS VINDAS

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Assembleia das ferramentas


Assembleia das ferramentas



            Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia. Foi uma reunião das ferramentas para acertar suas diferenças.
           O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria de renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atrito. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito. O metro disfarçou sua fúria e, arrogantemente, apontou para a plaina:
— Muito bem, disse ele, se eu sair a plaina também sai! Afinal, ela só vive tirando lascas dos outros!
          — Eu?! — disse a plaina — Então, imagine o serrote! Ele sim, vive cortando, serrando tudo!
         Quando a discussão estava ficando bastante acalorada, com uns apontando os defeitos dos outros, ouviu-se um ruído na porta da carpintaria.
            Era o carpinteiro que estava chegando para mais um dia de atividades. Entrou, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Pacientemente, pegou uma tábua cheia de imperfeições e pôs-se a passar a plaina, até que ficasse bem nivelada. A seguir, utilizou a lixa com destreza, polindo a superfície áspera e deixando-a bem lisinha. Em seguida, mediu as proporções da madeira e serrou-a cuidadosamente; uniu as partes da madeira, fixando-as com parafusos e firmou-os com leves batidas do martelo.
Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
            Quando a carpintaria ficou novamente só, as ferramentas reativaram a discussão.
            Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
          — Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos e concentremo-nos em nossos pontos fortes.
            A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar as asperezas, o metro era preciso e exato, a plaina alisava e o serrote dividia  em proporções exatas.
          Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade e ficaram felizes pela oportunidade de trabalharem juntos. Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.

“É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades, isto é para os sábios.”


(A.D.)

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