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terça-feira, 11 de outubro de 2011

A arte de ler


 Dizem os chineses antigos que:
          “Ler um livro na juventude é como olhar a lua por uma fresta da janela. Ler, na idade adulta, já é olhar a lua com a janela aberta, mas só na velhice, quando se lê um bom livro, é como se contemplássemos a lua do pátio aberto.”
           Sabemos, entretanto, quantas experiências de vida se pode receber através da leitura.
           O filósofo chinês Lin Yutang em “A importância de viver” reserva uma página sobre a “Arte de ler”, que diz o seguinte:

A ARTE DE LER


            A leitura, ou gozo dos livros, foi sempre contada entre os encantos da vida culta e é respeitada e invejada por aqueles que raramente se concedem esse privilégio. É fácil compreendê-lo quando comparamos a diferença entre a vida de um homem que não lê e a de um homem que lê. O homem que não tem o costume de ler está aprisionado num mundo imediato, relativamente ao tempo e ao espaço. Sua vida cai numa rotina fixa; acha-se limitado ao contato e à conversação com uns poucos amigos e conhecimentos, e só vê o que acontece na sua vizinhança imediata. Não há como escapar a tal prisão. Mas quando toma em suas mãos um livro, penetra num mundo diferente e, se o livro é bom, vê-se imediatamente em contato com um dos melhores conversadores do mundo. Este conversador o transporta a um país diferente, ou a uma época diferente, ou lhe confia alguns de seus pesares pessoais, ou discute com ele uma forma especial ou um aspecto da vida de que o leitor nada sabe. Um autor antigo o põe em comunhão com um espírito morto há já muito tempo, e, à medida que lê, começa a imaginar como seria esse autor fisicamente e que espécie de pessoa seria. Poder viver duas horas, sobre doze, num mundo diferente e furtar os pensamentos ao apelo do presente imediato, é este um privilégio que deve causar inveja às pessoas que vivem encerradas na sua prisão corporal. Tal mudança de ambiente é na verdade semelhante a uma viagem no seu efeito psicológico.

            E, para encerrar estas breves considerações sobre o ato de ler, eu diria, parodiando o célebre poeta Fernando Pessoa: Ler é preciso. Viver não é preciso.

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