BOAS VINDAS

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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Fatalidade ou predestinação?



Fatalidade ou predestinação?



          Patifalda nascera numa pequena cidade do interior paraense, chamada Buraco do Ó, em fins do ano de 1980. Sem recursos nem alternativas para escolher uma vida melhor, por volta dos 18 anos deixou sua terra natal e veio para Belém, onde esperava prosseguir nos estudos e conseguir um bom emprego, quem sabe até casar-se e ser feliz, como muita gente, aliás.
         Em Belém, a simples e gentil Patifalda, cabocla franzina e bem apessoada, morena de média estatura e de cabelos longos e negros, empregou-se como babá, em casa de família rica. Concluiu o ensino médio e matriculou-se num curso preparatório ao exame vestibular. Submeteu--se a este exame e foi aprovada. Tudo ia bem em sua vida, até namorava sério um homem maduro, descompromissado e bem estabilizado na vida. Mas ela não pretendia só isso: queria avançar mais na escalada da vida.
            Não tinha nenhuma experiência do mercado de trabalho, mas, através da indicação de um prestimoso amigo, conseguiu um outro emprego, numa empresa multinacional. Com bom salário e certo prestígio, que o dinheiro proporciona, alugou um apartamento modesto mas confortável e começou a adquirir bens de consumo. Sentia que a sorte estava mesmo do seu lado. Inclusive já sonhava com sua formatura, um dia, como advogada.
            A fatalidade, porém, a esperava mais adiante. A empresa fechou sua filial em Belém e ela desceu do céu ao inferno dos velhos problemas do passado: privações, desconforto, constrangimento. Neste ínterim, sem bens e sem onde morar, ela foi parar na casa de uma amiga, temporariamente. A fortuna abandonou-a. E agora ela rememorava o passado recente e promissor e pensava em todos os belos sonhos que idealizara, e concluía que sonhar é bom, entretanto a vida não é como nós queremos: entre sonho e realidade, existe um anjo mau que resiste ao nosso desejo.


Pimentel

(Narrativa em discurso indireto)


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