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terça-feira, 4 de junho de 2013

Se fôssemos feitos para durar 120 anos



Se fôssemos feitos para durar 120 anos




Vem aí o mundo dos homens e mulheres centenários. [...] A ONU estima que, nos Estados Unidos, uma em cada vinte pessoas que hoje têm 50 anos viverá ainda meio século. No Brasil, existem cerca de 10.000 pessoas com mais de 100 anos. Diante dessa realidade, o sonho de que se possa viver muito além dos 100 anos se afigura cada vez mais possível. Mas não muito mais, pois há raros casos de pessoas que ultrapassam os 120 anos, idade que parece ser nosso limite natural. A questão que se coloca é: poderíamos transpor, com saúde, essa barreira biológica? Cientistas americanos [...] estudaram o assunto e concluíram que não. Para eles, se a evolução tivesse desenhado o corpo humano para durar um século ou mais, teríamos uma aparência muito diferente da atual.

Os cientistas fizeram o exercício de imaginar como teria de ser o corpo de uma pessoa centenária e totalmente saudável, construído para a longevidade. [...] Nós seríamos criaturas mais baixas, mais cabeçudas, mais orelhudas, encurvadas, de coxas e quadris mais largos. Tudo isso para evitar o desgaste natural causado pelo uso prolongado do corpo. Sem essas e outras mudanças, os idosos continuariam sofrendo com ossos frágeis, discos da coluna gastos, ligeiramente destruídos, varizes, cataratas, perda de audição e hérnias. [...]

Alguns cientistas defendem que a ciência deve colocar todos os instrumentos possíveis a serviço do objetivo de estender a vida e retardar o envelhecimento, mesmo que o ser humano não tenha sido planejado para isso. A medicina no século XX identificou e eliminou as causas das doenças infecciosas, o que, junto com uma série de mudanças no estilo de vida, como trabalhos menos pesados, ajudou a aumentar a média de vida da população. A medicina do século XXI procura a solução para as doenças vasculares, o câncer, as patologias degenerativas e as inflamações crônicas, males que acometem com frequência pessoas idosas. [...]

Não faltam interessados em patrocinar o sonho da eternidade. [...] Permitir que a humanidade viva o máximo de tempo possível com saúde é o objetivo de parte dos cientistas e pesquisadores. A questão é saber qual o limite que se quer para a extensão da vida humana. Uma sociedade em que o número de aposentados é maior que o de pessoas em atividade poderia entrar em colapso. Em muitos países, as pessoas param de trabalhar quando entram na casa dos 60 anos. Se fosse possível superar as limitações estruturais do corpo humano e estender a vida para além dos 120 anos, seria preciso rever todo o sistema social e econômico atual.


                                                                                                        Veja, 3 mar. 2004 (adaptado)

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