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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Bom dia, Belém


Bom dia, Belém!















Há muito que aqui no meu peito
Murmuram saudades azuis do teu céu
Respingos de ausência me acordam
Luando telhados que a chuva cantou
O que é que tens feito
Que estás tão faceira
Mais jovem que os jovens irmãos que deixei
Mais sábia que toda a ciência da terra
Mais terra, mais dona do amor que te dei


Onde anda meu povo, meu rio, meu peixe
Meu sol, minha rede, meu tamba-tajá
A sesta o sossego da tarde descalça
O sono suado do amor que se dá
E o orvalho invisível na flor se embrulhando
Com medo das asas do galo cantando
Um novo dia vai anunciando
Cantando e varando silêncios de lar


Me abraça apertado, que eu venho chegando
Sem sol e sem lua, sem rima e sem mar
Coberta de neve, lavada no pranto
Dos ventos que engolem cidades no ar
Procuro o meu barco de vela azulada
Que foi de panada sumindo sem dó
Procuro a lembrança da infância na grama
Dos campos tranquilos do meu Marajó


Belém minha terra, minha casa, meu chão
Meu sol de janeiro a janeiro a suar
Me beija, me abraça que quero matar
A doída saudade que quer me acabar
Sem círio da virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a "chuva das duas " que não pode faltar
Cochilo saudades na noite abanando
Teu leque de estrelas, Belém do Pará!


Composição: Edyr Proença/Adalcinda Camarão

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