O "adeus" de Teresa
Castro Alves
A vez primeira que eu
fitei Teresa,
Como as plantas que
arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos
giros seus
E amamos juntos E
depois na sala
"Adeus" eu
disse-lhe a tremer com a fala
E ela, corando, murmurou-me:
"adeus."
Uma noite
entreabriu-se um reposteiro. . .
E da alcova saía um
cavaleiro
Inda beijando uma
mulher sem véus
Era eu Era a pálida
Teresa!
"Adeus" lhe
disse conservando-a presa
E ela entre beijos
murmurou-me: "adeus!"
Passaram tempos
séculos de delírio
Prazeres divinais
gozos do Empíreo ...
Mas um dia volvi aos
lares meus.
Partindo eu disse -
"Voltarei! descansa!. . ."
Ela, chorando mais
que uma criança,
Ela em soluços
murmurou-me: "adeus!"
Quando voltei era o
palácio em festa!
E a voz dela e de um
homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o
azul dos céus.
Entrei! Ela me olhou
branca surpresa!
Foi a última vez que
eu vi Teresa!
E ela arquejando
murmurou-me: "adeus!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário