O rei
dos animais
Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se
ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do
progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de
respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar.
Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza.
Mas assegurar-se é uma das constantes do
espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros
a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis
um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei,
você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo
rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais
alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro
que é você!".
[...]
Três quilômetros adiante, numa grande
clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: "Elefante, quem manda na
floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de
árvores e de seres, dentro da mata?" O elefante pegou-o pela tromba, deu
três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e
desapareceu floresta adentro.
O Leão caiu no chão, tonto e
ensanguentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que diabo,
só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado".
MORAL: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS
A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE.
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