Entende-se como forma de um texto o conjunto de recursos que vão determinar a parte externa, a "roupagem" desse mesmo texto. Alguns professores preferem usar a palavra ESTILO para determinar essa importante parte da redação. Outros preferem inserir a maneira pessoal, a característica própria de cada um escrever, o estilo, dentro da forma, que seria nesse caso mais genérica, envolvendo outros elementos mais.
Poderíamos, por outro lado, dizer que a forma de um texto é a adequação: estilo + correção gramatical + adequação da linguagem.
Para adquirir um estilo personalíssimo e atraente, o aluno precisaria, além da tendência inata (dom), de um convívio estreito e constante com a linguagem.
As pessoa que mantêm um leitura diária, assistente a bons programas na televisão, conversa com as pessoas cultas, esclarecidas e bem informadas, possuem, sem dúvida, mais elementos para escrever com desenvoltura e precisão.
Alguns componentes da forma:
a) Simplicidade: Alguns pensam que utilizando palavras difíceis e rebuscadas conseguirão "impressionar" os corretores. Puro engano! As palavras devem manter um nível de simplicidade.
O rebuscamento na utilização dos vocábulos só contribui para a confusão dos períodos.
b) Clareza: A elaboração dos períodos muito longos produz dois defeitos graves. Primeiro, o leitor se cansa do texto e não compreende bem as mensagens nele contidas. Segundo, as ideias misturam-se exageradamente. Elabore períodos curtos. É preferível abusar do pronto-em-seguida, enfileirar palavras, a construir períodos gigantescos.
c) Precisão: Certifique-se de significado correto das palavras que vai utilizar em determinado período e verifique se existe adequação desse significado com as idéias expostas. A vulgaridade de termos ou impropriedade de sentido empobrecem bastante o texto.
Veja alguns exemplos deploráveis:
I. "É impossível conhecer os antepassados dos candidatos..." (o aluno queria dizer os "antecedentes");
II. "Urgem campanhas no sentido de exterminar os analfabetos" (o aluno queria dizer , naturalmente, “exterminar o analfabetismo");
III. "Estou convincente de que..." (o termo próprio é "convencido");
IV. "Através das estradas, o homem transporta suas necessidades..." (o termo envolve duplo sentido);
V. "Era um tapete de alta valorização..." (o aluno queria dizer, "de alto valor".).
d) Concisão: Ser conciso ao elaborar um texto significa usar as palavras com economia, com critério. Quanto mais você transmitir, usando palavras, mais concisa será a redação.
As provas de redação terão limitação de tempo e de número de linhas, por isso você não deve ser prolixo, veja:
- Falta de concisão: "A infância, ou melhor, as crianças abandonadas nas ruas revoltam qualquer pessoa que as vê andando na cidade". (18 palavras)
- Concisão: "Qualquer pessoa se revolta, quando vê crianças abandonadas pelas ruas". (10 palavras).
e) Originalidade: O uso excessivo de certas figuras de linguagem ou certos provérbios acarreta o empobrecimento da redação. Como tudo que existe, as palavras também se desgastam. É preciso criar novas figuras para expor essa idéias. Dizer que a namorada é uma flor, ou que o filho de peixe, peixinho é, não realça a redação de ninguém. Use a imaginação para não precisar desses "chavões" ou “clichês” antigos e pobres.
Alguns exemplos:
"O grande amor da minha vida".
"Venho por estas mal traçadas linhas".
"Grande futuro da humanidade".
"A lua foi testemunha".
"Nos píncaros da glória".
"Um misto de alegria e tristeza invade o meu peito"
"Não tenho palavras".
"Com a voz embargada de emoção".
"Nos primórdios da humanidade".
DEFEITOS GRAVÍSSIMOS DE FORMA:
I. Períodos muito longos;
II. Repetição desnecessária de palavras (“A nossa seleção brasileira”; “O nosso Estado do Pará”, etc;
III. Frases confusas, desconexas, ilógicas;
IV. Palavras vulgares, gírias;
V. Chavões ou clichês, palavras desgastadas pelo uso constante;
VI. Eco (“Vicente freqüentemente está contente”; “A mocidade de minha cidade...”);
VII. Hiato (“Vai a Ana à aula”);
VIII. Cacofonia (“Meu coração por ti gela”; “Dei um beijo na boca dela”, etc);
IX. Colisão (“Se cedo você se sentasse, cansar-se-ia menos”).
A CORREÇÃO GRAMATICAL
Todo o aluno que se preza acompanha com muito interesse e atenção as aulas de gramática da escola que freqüenta. Afinal, é a partir do estudo da morfologia, da sintaxe, da semântica que alguém domina o "código" necessário para sua expressão escrita ou falada.
Você já percebeu que expressar-se bem significa utilizar corretamente as palavras da língua escolhida. É fundamental um bom estudo das LEIS reguladoras da Língua Portuguesa.
Embora todos os itens gramaticais sejam igualmente importantes para uma redação correta, ressaltam-se certos aspectos.
Cuidado com:
I. Concordância nominal;
II. Concordância verbal;
III. Partícula SE;
IV. Regência verbal;
V . Regência nominal;
VI. Colocação pronominal;
VII. Divisão silábica;
VIII. Ortografia;
IX. Crase;
X. Acentuação gráfica;
XI. Pontuação;
XII. Verbos.
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